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Foto: Pedro Piegas (Diário)
Parte da frente do terreno onde fica a residência de Bárbara
Com o consultório odontológico fechado, a Rua Elvídio Barbosa, uma via calçada e sem saída, tem ainda menos movimento que o habitual. É ali, em um prédio anexo à casa dos pais, que a dentista Bárbara Padilha, 32 anos, trabalhava. Era a circulação de clientes que trazia vida para a pequena via, paralela a uma das principais avenidas de Tupanciretã.
- Ela chegava e sempre nos cumprimentava alegre, tinha uma clientela enorme. Todos os dias a rua ficava cheia de carros de clientes dela - conta o vizinho Abraão Coloné, de 77 anos, que mora no local há 30 anos e diz que viu Bárbara crescer.
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A família está abalada e preferiu não receber a reportagem presencialmente. Por telefone, no último domingo, a mãe Magda Padilha relatou à reportagem que a filha não teria motivos para desaparecer. No sábado, Bárbara contratou um táxi executivo e foi de Tupanciretã para Santa Maria. Ela foi vista pela última vez no Trevo do Castelinho, onde fez compras em uma loja de conveniência na noite de sábado.
O desaparecimento da dentista é o assunto predominante em Tupanciretã, cidade com 22 mil habitantes distante cerca de 100 quilômetros de Santa Maria. A residência de Bárbara fica em frente a um dos maiores mercados da cidade, na Avenida Carlos Gomes, uma das mais movimentadas do município cidade. Não é difícil encontrar, entre clientes e funcionários, pessoas que conheciam Bárbara. Entre as cinco pessoas consultadas pela reportagem, todos relataram surpresa com o desaparecimento e curiosidade pelo desfecho do caso. A consternação também é aparente em quem aborda o assunto. Bárbara é uma pessoa querida na comunidade local.
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- Uma pessoa especial. Dedicação, um trato com as pessoas. Fora de série, muito querida. Toda a comunidade está chocada com isso. Tem muita gente acompanhando isso, pedindo informações e rezando muito. Agora só nos resta rezar. Sempre vai existir esperança - retoma o vizinho Abraão, que carinhosamente chama a dentista de "Barbinha".
A casa onde Bárbara reside com o marido, Pedro Melo Ribas, não é visível da rua. Ela fica nos fundos de outra residência. Da rua, é possível ver apenas a garagem, onde permanece um carro cor prata, de propriedade da dentista. Durante a manhã, Pedro partiu para Santa Maria para acompanhar as buscas pela esposa. Ele foi o último a conversar com Bárbara, ainda na tarde de sábado, no escritório dele, distante cerca de 300 metros da casa. Os funcionários do escritório preferiram não conversar com a reportagem.
Os trabalhos de busca mobilizaram o efetivo da Polícia Civil de Tupanciretã, comandada pelo delegado Adriano de Rossi. Por volta de 10h, a delegacia estava vazia. Apenas uma funcionária da limpeza trabalhava no local.
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As buscas se concentram às margens da BR-158, no Bairro Presidente João Goulart. O local é uma clareira que fica para dentro da mata na margem da rodovia, próximo a uma loja de artesanato. Até às 17h desta terça-feira, Bárbara não havia sido encontrada.
*colaborou Felipe Backes